quarta-feira, agosto 31

Era uma vez um pedaço de caminho.

Eu realmente esperava que quando viesse postar novamente, seria algo que realmente valesse de alguma coisa. Infelizmente não é o caso, e mais uma vez venho trazer a este espaço uma dose de divagação.

Não era dor o que sentia quando via partir possibilidades do que poderia ter sido bonito mas nunca chegaria a ser. Não era dor apesar de parecer que me cortara mil vezes com pedaços de papel. Era algo fino, mas dilacerava. Possibilidades são sempre esperança e tinham-me aberto portas e por trás delas, conseguia vislumbrar cores maravilhosas que se escorriam em arco-íris sem fim, tobogãs de alegria, profusão de cores. Sentia junto sabor de maçã, sabor de futuro doce, água gelada molhando a boca em dia seco, chuva dourada de pingos de raios de sol. Era bonito sonhar com você junto, abrindo mais mil portas, espiando por outras milhares de janelas... Mas você não esperou, não esperou que eu compreendesse tudo e quando tentei, decidiu que eu não sabia nada. Não que as cores tivessem se apagado, não que o brilho tivesse diminuído, eu continuava feliz por estar ali, por cada surpresa. Continuava feliz até lembrar que poderia ter continuado com você...

Hoje me permito cinco minutos de tristeza pelo que poderia ter sido. E só. Não que você não valha à pena, você vale mais, muito mais. Mas aprendi a conhecer o meu valor, e sem falsa modéstia, todo mundo que você me apresentou hoje também é meu. Porque eu também fiz o meu e ele não é pouco. Porque eu também posso e posso ir além e quem sabe, te encontrar de novo lá na frente no futuro em que você não me permitiu ir junto. Enquanto isso eu vou fazendo, deslizando por alegrias, despencando em penhascos azedos e cinzentos de tristezas, mas sobrevivendo, mas ficando mais forte, mas ficando melhor, sendo tudo que você não acreditou e perdeu.

Perdi você para um mundo em que você continua presente. E você, perdeu-me pra quê? Espero que pra algo tão brilhante quanto o meu, porque é amor ainda, amor, não importa de que planeta eu esteja falando, ou em que metáfora me perco. Amor é amor e eu amo por tudo que fomos e também por tudo que deixamos de ser.

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