Escuta o silêncio e tudo que ele deixa de te dizer porque
não há mais nada por perto.
Sente o zumbido que não deixa os ouvidos e procura pela
ânsia do grito que não vem porque não há ninguém para escutar.
Receba o chute no estômago que revira as mágoas e vomite
toda a acidez que pinga da sua boca manchando o chão sujo com sua mesquinhez.
Outra golfada. E mais outra.
Que corra nas veias o veneno com que matou a esperança dos outros... em você.
Outra golfada.
Dói o ódio espremido contra o crânio de ter a consciência
de não ser nada senão medíocre, vivendo a vida borrada com que nunca sonhou.
Onde estão as luzes, os amigos, a beleza, a inteligência?
Cadê a música?
Você costumava ouvir os risos, e as vozes, os brindes, os
sussurros.
Eu te amo. Eu te amos.
Você pode olhar
agora através da neblina da mentira do sonho pueril de jovem, eternamente na
frente...
Não existe nada. Não caminho, não passagem, não mão
estendida.
Rostos virados, rotos os vestígios de prodígio.
Vômito.
Outra golfada.
Seu veneno.
Seu destino.
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